Hoje vamos investigar um pouco o futuro da televisão. Sou de uma geração em que a televisão muitas vezes era o centro da casa. No ato de ver televisão podemos observar com facilidade os hábitos das diferentes gerações. Também é interessante perceber como esses hábitos vão se modificando na medida em que surgem novas possibilidades de ver TV.
Para começar o termo ver televisão precisa ser desmembrado. Em primeiro lugar temos o ato de assistir TV no aparelho televisão ou em outros dispositivos. Em segundo lugar temos a diferenciação entre o conteúdo que é produzido para TV e cinemas e o conteúdo que é produzido para sites, mídias sociais e outras plataformas. Porém, essa diferenciação serve em termos de pesquisa ou de produção. Porque no cotidiano a audiência encontra seu próprio modo de ver TV.
Um dado muito interessante que dimensiona esse mix de programação individual é o fato de o YouTube ter alcançado, esse ano, o posto de mais visto nas TVs norte-americanas. Ultrapassou as plataformas de streaming, redes de TV e canais a cabo.
Segundo a Nielsen, em abril, 8,1% do tempo de TV foi dedicado ao YouTube, com a Netflix em segundo lugar (6.9%) e o Hulu em terceiro (3.3%), seguido por outras plataformas de streaming. Os canais a cabo dividiram 31,5% do tempo enquanto os canais de TV aberta ficaram com 23.1%. Em junho, mês de férias, o YouTube continuou na frente, com 8.8%.
Na mesma pesquisa, a Tubi foi o serviço FAST que mais obteve tempo de TV, com 1,4%. A Tubi superou, entre outras, a Paramount+ que no mesmo mês alcançou 1%, alavancada pela segunda temporada de Star Trek: Strange New Worlds.
Três tendências que devemos acompanhar:
- YouTube é o mais visto na TV
- Crescimento do free, ad-supported TV (FAST)
- Podcasts na TV
Depois do YouTube ganhar espaço nas TVs agora pode ser a vez dos podcasts em vídeo ou videocasts. A Wondery, por exemplo, está lançando três canais na Freevee, FAST TV da Amazon.
FAST TV ou free ad-supported streaming TV estão se tornando mais populares nos Estados Unidos, na medida em que o número de assinantes de TV a cabo diminui. E não se sabe até que ponto sua audiência pode crescer com a decisão de streamings de não permitir o compartilhamento de senhas.
Segundo a Insider Intelligence a previsão de crescimento de usuários da Fast TV para 2024 é de 4%, chegando a 31% da população dos Estados Unidos.
Fast TV são uma mistura de canal aberto, TV a cabo e streaming. Uma FAST TV tem canais temáticos que agrupam programas em uma exibição pré-definida (como a TV a cabo) e que podem também ter uma área sob demanda. Como as TVs abertas, não existe cobrança pelo acesso do usuário e a programação inclui propaganda.
Esses canais estão chamando a atenção do usuário porque oferecem, gratuitamente, uma boa variedade de programas que já fazem parte do catálogo dos streamings. Alguns programas podem ser até bem antigos, mas como as FAST TV têm sido bem recebidas pela audiência, já há previsão de produções próprias para alguns desses canais.
Os publicitários também estão de olho na alternativa. Como a tecnologia envolvida oferece a possibilidade de identificar melhor o público, a verba publicitária pode ser alocada com um pouco mais precisão, ainda que os acordos sejam fechados com as plataformas e não diretamente com cada canal. Outro ponto que anima os publicitários é o baixo custo do investimento para alcançar uma grande audiência.
Audiência
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