A base de qualquer boa análise de Inteligência Competitiva é a qualidade da informação obtida em campo. Um relatório de Inteligência de Mercado é formado pela coleta de informações, análise e recomendações. Não há como uma boa análise se basear em informações incompletas ou pouco confiáveis.
Para chegar na melhor informação possível, nós usamos, na Link, dois tipos de fontes: primárias e secundárias. Elas se dividem assim porque uma informação pode ser, digamos, de primeira ou de segunda mão.
Se é algo que está publicado, normalmente é uma fonte secundária. Alguém pegou essa informação de outras fontes, compilou e publicou. Vale para artigos de imprensa, posts, relatórios. Por outro lado, se a informação é obtida em primeira mão, como numa entrevista com um usuário de um produto, ou um ex-funcionário do concorrente, por exemplo, a gente diz que é uma informação de fonte primária.
Fonte primária: informação em primeira mão, normalmente exclusiva.
Fonte secundária: informação de segunda mão, processada, normalmente pública.
Cada tipo de informação tem seu valor e seu papel
Tudo bem, mas qual a importância de uma ou de outra? A primeira coisa a se considerar é que, se algo já está publicado numa fonte secundária, está disponível não só para você e para a sua empresa, mas também para seus concorrentes. Está ali, sob os holofotes, pronta para ser lida, compartilhada, alimentar análises, estratégias e decisões. E qual a vantagem de se saber algo que todo mundo sabe, certo?
Mas o pulo do gato é que é muito difícil, se não impossível, operar Inteligência sem usar fontes secundárias. Elas são importantes no levantamento de sinais fracos, no monitoramento diário do ambiente de negócios, para entender o panorama geral do ambiente competitivo, saber quem são os concorrentes e como se posicionam. Para ter uma boa visão holística de tudo e guiar a gestão estratégica. Além disso, as fontes secundárias são necessárias para ajudar a identificar quem são as fontes primárias.
Mas é nas fontes primárias que se obtém os insights mais exclusivos
E aí está o ouro: em informações obtidas em primeira mão. Ao falar diretamente com quem detém alguma informação essencial, às vezes até dentro da sua própria empresa, você obtém algo exclusivo, a que o seu concorrente não tem acesso. E isso tem um valor intrínseco muito mais alto: você sabe algo que os outros não sabem, que pode facilmente se traduzir em vantagem competitiva.
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Coletar informações de fonte primária exige técnica
Há diversas maneiras de coletar informação diretamente de outra pessoa. A mais comum é por meio de entrevistas, em que o coletor se identifica, abre o objetivo da conversa para o entrevistado, que autoriza o uso da informação, e segue-se uma sessão de perguntas diretas e respostas por vezes nem tão diretas assim. É uma abordagem que funciona bem para especialistas, pesquisadores, experts. Mas não é viável com funcionários dos concorrentes, compradores, gente que não quer abrir tanto a guarda.
Para esses casos, usa-se a técnica de elicitação. O termo vem do inglês elicitation, do verbo elicit, cuja tradução mais próxima é extrair. Para extrair informação de alguém sem ele saber que está sendo “minerado”, é preciso dominar algumas técnicas, muito planejamento e uma boa dose de cara-de-pau.
Um bom elicitador pode coletar informações bastante relevantes, principalmente de pessoal técnico e de vendas, em eventos (link para post sobre trade show intelligence) e encontros do setor de atuação da empresa. Pesquisadores também costumam ser bons alvos para elicitação, por conta da simples necessidade de mostrar a importância do seu trabalho. Em resumo, o elicitador aproveita-se da característica humana de gostarmos de falar de nós mesmos e de nossas conquistas.